Até junho deste ano, Henrique Albertasse, de 26 anos, acordava antes do Sol nascer para pegar ônibus até a fábrica de automóveis da Honda, onde trabalhava como soldador.
Assim que saía do primeiro trabalho, às 15h, já se preparava para partir pro outro: chegava em casa, tomava um banho e ia para um salão, onde trabalhava como designer de unhas – desta vez, até as 22h.
A segunda profissão, também chamada de ‘nail designer’, era uma maneira de Henrique complementar a renda. Logo, ele percebeu que poderia se tornar seu trabalho principal.
Começava ali uma reviravolta na carreira do então metalúrgico, que mora em Hortolândia (SP).
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Dos automóveis às unhas
Em seis meses, Henrique largou a carreira de ex-soldador e abraçou esse novo universo. No caminho, ganhou mais de 200 mil seguidores nas redes sociais – e centenas de clientes em potencial, interessadas em marcar um horário na cada vez mais restrita agenda do designer paulista.
Claro que essa transição não foi um mar de rosas: ser homem em um nicho considerado de mulheres, para mulheres, foi difícil. E até então, o ex-soldador formado em engenharia só havia atuado profissionalmente no setor automotivo.
Com resiliência, Henrique conseguiu se estabelecer no mercado e hoje é referência como designer de unhas, atendendo dezenas de mulheres toda semana. Segundo ele, de início nada foi muito planejado. Em janeiro deste ano, ele fez um curso de alongamento de unhas com sua irmã, a Thaís, de 23 anos, que trabalha no setor há 5 anos.
“Eu saí do curso e pensei: é isso [que vou fazer]”, relembrou Henrique, um grande admirador da independência e empreendedorismo da irmã.
Seis meses depois, eles trabalham juntos em uma sala comercial no segundo andar de um salão de beleza de Hortolândia.
“Se você me falasse: Henrique, daqui a um ano você vai estar fazendo unha, eu não ia acreditar”, brincou o ex-soldador.
Ele leva cerca de 2 a 3 horas por serviço de alongamento ou manutenção das unhas com fibra ultra realista e decoração personalizada, e atende até 5 clientes por dia – de domingo a domingo!
Encarando o preconceito
Ao mudar de profissão, Henrique precisou lidar com as piadas “de quinta série” dos antigos colegas de trabalho.
“Eu trabalhava em uma metalúrgica e 95% dos meus colegas eram homens. Claro, houve chacota do pessoal, mas isso não tirou o foco do meu objetivo”, contou.
Além disso, muita gente acha que a manicure é um ‘bico’, ignorando que centenas de profissionais se sustentam – e vivem super bem – com esse trabalho.A própria ‘nail art’ ajuda por si só a mudar essa concepção, uma vez que o resultado final é diferente de uma simples esmaltação, o que chama atenção.
Expandindo os negócios através das redes sociais
O portfólio de Henrique é o próprio Instagram: isso porque toda cliente reserva alguns minutos após a finalização do trabalho para que o designer tire algumas fotos.
“O primeiro vídeo em que eu apareci deu uma repercussão enorme. Como eu crio conteúdo, muita gente começa a me seguir, passa a ver meu trabalho e através da rede social vem muita cliente”, disse ele.
Nesse meio-tempo, enquanto se estabelecia na internet, um susto: a conta de Henrique, na época com 30 mil seguidores, foi hackeada. Deu um trabalhão para recuperar o perfil, e muitas clientes não queriam arriscar marcar horário com ele por medo de cair em golpes.
Segundo o designer, foram 25 dias de luta até conseguir agendar uma nova cliente.”Foi quando eu aprendi a proteger meus dados e minhas redes sociais”, explicou.
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